domingo, 25 de abril de 2010

AMAMENTAÇÃO: tal qual fazem os índios!

Confesso hoje com certo embaraço que não me preparei em absoluto para a amamentação. Durante toda a gestação, minhas preocupações eram basicamente sobre o enxoval, futilidades à parte, esse era o tema principal que me questionavam (Já escolheu o tema do quarto? Que cor será o berço? Precisas comprar cueiros!) sobre o parto e o nascimento. Acreditava que ao nascer o bebê, nasceria uma mãe, o que não é de todo errado, pois, intuitiva e instintivamente, em que pesem as quedas hormonais bruscas no período pós-parto e as dores pós-cirurgia, que fora meu caso, toda mãe sabe assim que nasce o seu filho exatamente o que deve fazer. Além disso, apesar de todas eventuais dificuldades, a amamentação é natural, vez que por nove meses, nosso bebê está protegido em nosso útero, está crescendo, se desenvolvendo, e, pasmem vocês, aprendendo a sugar! Exatamente: já no útero, ele aprende a sugar. Suga suas mãozinhas com vigor (estranho é os adultos exigirem que de uma hora para outra aqui do lado de fora ele deixe de sugá-las). Quando nascido de parto normal, ambos, mãe e filho, sabem que a próxima tarefa (dos prodrómos, do trabalho de parto e parto) será a amamentação. É só colocar o bebê carinhosamente no colo de sua mãe e ele procurará o seio. No meu caso, como já mencionei, infelizmente, meu bebê veio ao mundo por uma cirurgia. Necessária ou não, depois de tê-lo em meus braços, restava-me lutar para amamentá-lo. A primeira grande surpresa que levei foi a de que demoram algumas horas, quiçá dias, para o leite descer, pois inicialmente, toda mulher produz colostro, que é um líquido transparente, aparentemente sem grande importância, mas que no fundo é essencial para garantir imunidade e vitaminas ao bebê. Aí é que a amamentação corre grande risco! Por desinformação, má influência, falta de incentivo e de modelo cultural de amamentação, muitas mães não esperam o leite branco descer, que só descerá com a sucção, nunca como num passe de mágicas, então, infelizmente, desistem de deixar seu bebê sugar. Referi que o bebê ao nascer já sabe sugar, e isso é verdade, porém, muitas vezes, podemos ajudá-los conferindo “a pega.” O grande truque para fazer o bebê abocanhar o seio corretamente é segurá-lo de modo que junte sua barriguinha à da mãe. A pega do meu bebê fora errada, passei por grandes dificuldades como dores, fissuras, cheguei a amamentar sangue(!), porém, mantive meu propósito: amamentei até os seis meses exclusivamente com leite materno, e, até hoje, passados onze meses, ainda amamento em livre demanda, com, claro, o processo de introdução de alimentos correndo a todo vapor (meu filho está se mostrando, ao contrário de mim, um grande “carnívoro”, devora o prato com grande vigor). O recado essencial a todas as mães é que não desistam, pois amamentar é natural, esqueçam lendas infundadas de que o leite que não jorra é fraco, de que bebê que não engorda precisa de leite artificial (cada bebê tem suas necessidades e seu desenvolvimento), de que amamentar faz o seio cair (viva os sutiãs de sustentação!), lembrem-se de que amamentar é barato e prático, protege contra doenças (alergias, diarréias, anemia, obesidade, doença celíaca ou má absorção, pneumonia, etc), beneficia a oclusão dentária, reforça a musculatura da face, previne problemas da fala, aumenta o vínculo mãe e filho, evita as bactérias proliferadas nas temidas mamadeiras, além de que através da amamentação, segue-se a orientação da OMS segundo a qual uma das medidas de se erradicar a fome e a pobreza é o incentivo à amamentação materna de forma exclusiva até os seis meses, e de forma prolongada com introdução gradual de sólidos até dois anos ou mais. Como se não bastasse, a amamentação, logo ao nascer, proporciona à mãe a sensação de que é a pessoa mais importante do mundo. Isso perdurará por muitos anos, pois vejam meu exemplo: descobri, de férias na praia, que amamentar na rede é uma das sensações mais fantásticas que existem! Convido, aliás, atrevidamente, a retirarem as poltronas de amamentação da lista de prioridades do enxoval do bebê e colocarem uma rede (sim, tal qual fazem os índios!). Vamos priorizar a amamentação! Afinal, seio materno: embalagem longa vida de verdade.

2 comentários:

  1. Guria, que legal teu depoimento. Parabéns pela amamentação exclusiva até os seis meses!!! Eu não consegui amamentar exclusivamente (fui mal orientada, estava estressada...) mas assim como tu ainda amamento minha filha de onze meses.
    Adorei a ideia da rede, te confesso que cheguei a pensar nisso, mas precisaria de um espaço bem maior no quartinho dela.
    Bjão

    ResponderExcluir
  2. Oi!

    Estou adorando seu blog!!!

    Cada dia mais percebo que a amaemntação é uma vitória nossa, temos que driblar tantos pitacos errados, tantos pediatras fajutos, tantas enfermeiras neuróticas por Nan.....

    Concordo tb com vc, não tem nada melhor que amamentar na rede!!!! Aqui em casa pode faltar o que for, mas rede sempre tem. Nossa, naquele período gostoso de bbzinho nada melhor que amamentar na rede e dormir juntinho com o filhote!! Sábios índios!!

    Tb sou fãnzona do Carlos Gonzáles e tive o prazer de assistí-lo numa conferência!! Ele me ajudou muito a melhorar como mãe, todos os livros dele são maravilhosos, mas Besame Mucho é minha paixão!!!

    Já estou te seguindo.

    Bjs, Gabi

    ResponderExcluir